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    Taxas de suicídio e autolesões crescem, em especial, na faixa etária de 10 a 24 anos, diz estudo

    Taxas de suicídio e autolesões crescem, em especial, na faixa etária de 10 a 24 anos, diz estudo

    Aumento de índices foi observado em todas as idades, porém de forma mais grave entre crianças e jovens, indica pesquisa recém-publicada

     

    A taxa de suicídio entre crianças e jovens, de 10 a 24 anos, cresceu 6% ao ano no Brasil entre 2011 e 2022. Já as taxas de notificações por autolesões na mesma faixa etária aumentaram 29% a cada ano nesse mesmo período. O número foi maior que na população em geral, cuja taxa de suicídio teve crescimento médio de 3,7% ao ano e a de autolesão, 21% ao ano, nesse mesmo período. Os resultados se basearam na análise de um conjunto de quase um milhão de dados, divulgados em  estudo recém-publicado na The Lancet Regional Health – Americas, desenvolvido pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em colaboração com pesquisadores de Harvard.  

    “As taxas de notificação por autolesões aumentaram de forma consistente em todas as regiões do Brasil no período que analisamos. Isso também aconteceu com o registro geral de suicídios, que teve um crescimento médio de 3,7% ao ano”, explica Flávia Jôse Alves, pesquisadora do Cidacs/Fiocruz e líder da investigação. Para chegar às conclusões, a equipe analisou dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), todos do Ministério da Saúde.


    Aumento da taxa de suicídio entre 2011 e 2022:


    6% ao ano
    , na faixa etária de 10 a 24 anos;
    3,7% ao ano, na população, no geral.


    Aumento nas notificações de autolesão:

    29% ao ano, na faixa etária de 10 a 24 anos;
    21% ao ano, na população, no geral.


    Registro de suicídios é maior entre homens; e de autolesão, entre mulheres


    O aumento dos índices ocorreu em todas as faixas etárias, embora em maior grau entre os mais jovens. Ainda assim, o estudo mostra que a maior proporção de ocorrências de suicídio em 2022 se concentra na faixa de 25 a 59 anos, tendo os homens quatro vezes mais registros de casos.
    Já quanto às notificações de autolesões, a maior proporção está na faixa etária de 10 a 24 anos. Os registros são mais comuns entre mulheres, embora a taxa de crescimento entre homens tenha sido superior à média nacional (22%) durante a última década.

    A pesquisa mostra que o Brasil e As Américas, no geral, têm demonstrado uma tendência inversa à redução global no número de suicídios, que caiu 36% entre os anos 2000 e 2019 no mundo, enquanto a região das Américas teve um crescimento de 17% no mesmo período – e o Brasil, de 43%.


    O estudo também analisou dados em relação à raça e etnia no país e observou que, embora exista um aumento em todas as classificações avaliadas (indígenas, pardos, descendentes de asiáticos, negros e brancos), a taxa de casos em 2022 era maior entre a população indígena.


    Apesar das discussões sobre transtornos mentais na pandemia, o estudo constatou que as taxas de suicídio no período se mantiveram estáveis, embora sejam persistentes ao longo do tempo.


    Estudos anteriores do Cidacs/Fiocruz já associaram o aumento do número de suicídios com o aumento das desigualdades sociais e da pobreza e com o crescimento da prevalência de transtornos mentais, que causam um impacto direto nos serviços de saúde, além de relatar as variações nas taxas em relação a cada região.


    Atenção às mudanças de comportamentos em crianças e adolescentes


    No ano passado, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) fez um alerta sobre a alta incidência de suicídio entre crianças e adolescentes no Brasil, na faixa etária de 10 a 19 anos de idade. Veja abaixo indicadores de comportamento de jovens que podem estar com ideação suicida.


    •    Insatisfação ou tristeza constantes;
    •    Desistência de atividades que antes davam prazer;
    •    Prática da autolesão;
    •    Busca por se inserir em situações de risco;
    •    Falta de planos ou expectativas para o futuro, em médio e longo prazos.


    Entre os motivos que podem contribuir para o suicídio, a SBP cita:

    •    Abuso físico e sexual;
    •    Maus-tratos;
    •    Bullying e cyberbullying;
    •    Casos de depressão, ansiedade e baixa autoestima;
    •    Separação dos pais
    •    Ciclo familiar instável e precário
    •    Condições sociais desfavoráveis.


    Saiba onde procurar ajuda


    Mapa Saúde Mental

    Site mapeia diversos tipos de atendimento: www.mapasaudemental.com.br


    CVV (Centro de Valorização da Vida)

    Voluntários atendem ligações gratuitas 24h por dia no número 188
    www.cvv.org.br

     


    Texto: Canguru News   
    Crédito de foto: Acervo Canguru News

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