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    Como ajudar a criança que enfrenta bullying na escola

    Como ajudar a criança que enfrenta bullying na escola

    O bullying é um dos maiores desafios enfrentados no ambiente escolar. As agressões verbais, físicas ou psicológicas recorrentes que levam o aluno à humilhação ou intimidação têm ocorrido cada vez com maior frequência nas escolas e também nos ambientes virtuais, caracterizando o cyberbullying.

    De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quatro a cada dez estudantes adolescentes do país já sofreram com a prática de bullying. No mundo inteiro, mais de 150 milhões de adolescentes entre 13 e 15 anos de diferentes países tiveram alguma experiência de violência dentro ou ao redor da escola envolvendo seus pares, segundo informações do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). A prática faz com que muitos alunos não queiram ir para a escola: no Brasil, 14,8% dos estudantes disseram ter faltado às aulas por não se sentirem protegidos dentro e fora do ambiente escolar.

    Quando ocorrem situações de bullying no âmbito escolar, é possível notar mudanças de postura no aluno, que pode se mostrar mais irritado ou triste na sala de aula ou nos espaços de convivência entre os pares. Desânimo para ir à escola, faltas sem justificativa e mudanças de comportamento – quando a criança ou o adolescente começa a agir de modo diferente e só quer ficar só – são aspectos que devem ser observados com atenção. “Uma das questões que podem ser percebidas pelos professores é a queda de rendimento escolar, principalmente para aqueles alunos com rendimento satisfatório e que caem bruscamente”, diz Ana Paula de Souza Colling, doutora no ensino de ciências e matemática, especialista em gestão educacional e professora do Instituto Âncora Educação, rede de relacionamento formada por instituições de ensino, startups e organizações do terceiro setor.

    Além do sofrimento psicológico, a prática do bullying na escola pode causar dor ou incômodo físico, síndrome do pânico, dificuldade para dormir, transtornos alimentares, entre outras questões.

    A educadora explica como a escola e os pais podem trabalhar em conjunto diante de situações de bullying.

    Como ajudar a criança que sofre bullying na escola?

    Nem sempre é simples perceber casos de bullying no ambiente escolar. Aspectos como mudanças de comportamento, queda no rendimento escolar e desânimo para ir à escola podem indicar que está acontecendo algo mais com aquele aluno. Os professores e todos que fazem parte da comunidade escolar devem ficar atentos para identificar situações de violência contra algum aluno e assim auxiliá-lo a entender seus medos e angústias. Isso pode ser feito por meio de atendimentos individuais para que o mesmo possa expressar-se e sentir que está em um ambiente seguro, e também por meio de atendimentos aos pais/responsáveis para que saibam como ajudar seus filhos no dia a dia. Ao mesmo tempo, é importante promover atividades com o grupo de estudantes a fim de buscar transformar o ambiente escolar e fazer com que o mesmo seja um espaço livre de julgamentos e preconceitos, onde todos tenham vez e possam viver e conviver livremente.

    O que os pais devem fazer ao identificar uma situação de bullying na escola?

    Caso os pais percebam alterações no comportamento de seu filho devem procurar a instituição para juntos verificarem como podem auxiliar esse estudante a enfrentarem os desafios que a convivência escolar lhe traz. O contato deve ser feito com a equipe diretiva da escola ou o professor referência da turma na qual o estudante está matriculado.

    Quais ações em conjunto para evitar o bullying na escola?

    A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento normativo que define aprendizagens essenciais aos alunos, traz as dez competências gerais que precisam ser desenvolvidas visando a formação integral do estudante para sua vida em sociedade, a fim de que esse estudante se comunique, expresse opiniões e demonstre sentimentos com clareza.

    Entre essas competências destacam-se autoconhecimento e autocuidado, com foco na saúde física e emocional, compreendendo assim a diversidade humana e reconhecendo nossas emoções e daqueles que nos cercam. O documento também cita a importância da empatia e cooperação, com objetivo de exercitar o diálogo, resolução de conflitos e principalmente a colaboração e respeito com os outros, acolhendo e valorizando a diversidade e pluralidade de ideias. Ainda, é preciso trabalhar a responsabilidade e cidadania, que nos fazem pensar em como devemos agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, com decisões baseadas em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

    Baseando-se nessas informações, cabe aos ambientes escolares e formativos buscarem apoiar os estudantes no desenvolvimento dessas competências por meio de formações, palestras, cursos, atividades recreativas, debates, teatros, entre outros, que abordem os temas que favoreçam a convivência e o respeito às individualidades de cada estudante.


    Texto: Canguru News   
    Crédito de foto: Acervo Canguru News
     

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