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    Crianças ‘super comportadas’ podem crescer inseguras ou ansiosas

    Crianças ‘super comportadas’ podem crescer inseguras ou ansiosas

    Os rótulos, sejam eles bons ou ruins, podem ter consequências complicadas no desenvolvimento de uma criança. Quando, por exemplo, dizemos que ela é “perfeita” ou “super comportada”, e os pais e os responsáveis impõem que seja “a melhor”, ela pode crescer insegura e ansiosa, sempre com medo e receio de decepcioná-los e com pouca habilidade de lidar com frustrações.

    Ao carregar esse rótulo de ser sempre a “certinha”, ela não consegue lidar com seus próprios defeitos e erros, afinal de contas, como alguém que é perfeito pode se dar o luxo de errar em algum momento, principalmente, se isso envolve decepcionar os pais e desconstruir a visão que eles têm sobre ela e a ensinaram a ter sobre si mesma? É desafiador lidar com isso, ainda mais para uma criança que está em desenvolvimento.

    É importante ressaltar que crianças que constantemente se sentem pressionadas a atender expectativas dos responsáveis, podem desenvolver altos níveis de ansiedade e estresse, pois não querem aborrecer seus pais e temem as consequências de não atenderem às expectativas impostas. Elas passam a associar seu valor pessoal à aprovação dos pais e ao seu desempenho seja na escola, nos esportes ou em qualquer atividade. Isso evidentemente pode resultar em uma baixa autoestima, sensação de que nunca são bons o suficiente e outras expectativas baseadas em rótulos irreais, afinal, a perfeição não existe, ainda mais quando se trata do aprendizado e desenvolvimento.

    Além disso, a pressão para ser “a melhor em tudo” pode levar as crianças a produzirem um medo profundo de falhar, o que pode torná-las relutantes em assumir riscos ou tentar coisas novas e diferentes, pois têm medo de não ter sucesso naquilo. Um ambiente em que “não se pode falhar” é extremamente opressor. Quando não é permitido errar, a criança passa a ter muita resistência em lidar com frustrações e em ser empática com as outras, porque se não tem abertura para aceitar os próprios erros e defeitos, claramente não terá muita dificuldade de ser compreensiva e resiliente aos defeitos alheios.

    As crianças podem se sentir pressionadas a atender às expectativas e ideações dos pais, em vez de agirem com base em sua própria motivação interna, afetando negativamente seu senso de identidade e autonomia. Para evitar que isso ocorra, é importante que os pais reconheçam a importância de criar um ambiente de apoio e amor incondicional para seus filhos, onde se sintam aceitos independentemente de seu desempenho, de suas notas, de suas atividades.

    Elogiar o esforço em vez do resultado final e encorajar o aprendizado por meio de tentativa e erro pode ajudar a reduzir a pressão e promover um desenvolvimento saudável, além de uma relação mais sustentável com os familiares e responsáveis. Para os pais que acreditam inconscientemente já ter imposto rótulos de perfeição sob seus filhos, é fundamental que estejam atentos aos seus comportamentos futuros, trabalhem possíveis distorções relacionadas às expectativas criadas, observem os sinais de estresse, ansiedade ou outros problemas emocionais que seus filhos possam apresentar e busquem ajuda profissional, se necessário, para garantir que as crianças tenham o apoio necessário para crescerem emocionalmente saudáveis.

     

    Texto: Helen Mavichian / Canguru News  
    Crédito de foto: Acervo Canguru News

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