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    Huggy Wuggy: game com personagem assustador exige atenção dos pais

    Huggy Wuggy: game com personagem assustador exige atenção dos pais

    No início de setembro, sete crianças de uma escola na cidade de Montevidéu, no Uruguai, tentaram se cortar em diferentes partes do corpo, possivelmente motivadas por um desafio que viralizou na internet, inspirado no Huggy Wuggy. Trata-se de um personagem de um jogo de videogame que tem gerado polêmica por, supostamente, incentivar que as crianças se automutilem. O ocorrido acende o alerta nos pais sobre o impacto que o jogo pode causar no comportamento dos pequenos

    O boneco faz parte do Poppy Playtime, um game de terror, lançado há um ano, e que está disponível para computador e celular. Embora seja destinado a adolescentes acima de 14 anos, crianças abaixo dessa faixa etária conseguem entrar no game facilmente. 

    Huggy Wuggy, o protagonista do jogo, é um boneco de pelúcia azul que tem braços longos e uma boca com dentes afiados. Ele vive em uma fábrica de brinquedos abandonada e quer se vingar por ter ficado ali sozinho. Trechos da letra da música inspirada no jogo falam em “dentes que te deixaram ensanguentados” e “abraçar até morrer”. O cenário assustador atrai crianças que gostam da temática, mas também amedronta muitas outras, principalmente, as menores.

    Na Espanha, os bonecos foram proibidos em algumas escolas e, no Reino Unido, a polícia chegou a publicar um alerta para os pais, dizendo que o personagem não é adequado para crianças. No Brasil, o bicho de pelúcia do boneco se popularizou e é comercializado em lojas físicas e online.

    Segundo especialistas, a referência à morte que o jogo faz é perigosa, principalmente para crianças maiores, por volta dos 9 anos de idade, que já são capazes de entender melhor conceitos relacionados ao valor da vida e à irreversibilidade da morte. 

    Ao jornal uruguaio El Observador, a psiquiatra Laura Viola, ex-professora de psiquiatria infantil, disse que as autolesões sempre devem ser um sinal de alerta, porque muitas vezes antecedem intenções suicidas, mais comuns a partir da adolescência, e que se agravaram com a pandemia. 

    Porém, a psicóloga Carolina Lisboa, da pós-graduação em psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), disse ao jornal digital GZH que alterações de personalidade são decorrentes de causas variadas, e não somente uma, como um game violento. 

    A maneira como as crianças vão se engajar nesses jogos é que vai determinar se terão um comportamento agressivo ou não. “Alguns estudos já apontaram que os jogos, em si, não são um risco. É como a criança se engaja com a tecnologia que vai determinar o risco. Se a criança e o adolescente usam como lazer, é provável que haja alívio nas angústias, alívio da ansiedade”, diz a psicóloga. 

    No entanto, ela ressalta que expressões como “dar o último suspiro”, associadas ao jogo, passam a mensagem de banalização da vida, fazendo uma inversão de valores. 

    Já a psicóloga Juliana Carmona Predebon, professora de Psicologia da UniRitter, declarou ao GZH que o risco desse tipo de jogo ser destrutivo para as crianças é real e precisa ser considerado, já que os pequenos ainda estão em fase de formação, absorvendo cada informação e estímulo que recebem.   


    Como proteger as crianças dos desafios virais

    Cabe aos pais avaliar se permitirão o acesso ao jogo pelos filhos ou não e, seja qual for a decisão, eles devem conversar com as crianças para que reflitam sobre por que é importante valorizar a vida e comportamentos não agressivos. 

    “Claro que um game não é a única variável, mas pode afetar as crianças. Elas podem sofrer terrores noturnos, apresentar medo de dormirem sozinhas, além de sofrerem de falta de concentração, choro, agressividade, alterações comportamentais, inclusive alteração no padrão alimentar” diz Juliana. Ela acrescenta que proibir pode aguçar a curiosidade, sendo o diálogo o caminho mais indicado. 

    Especialistas lembram ainda que jogos virtuais costumam ter espaço para bate-papo entre os usuários, e é preciso orientar as crianças para que evitem conversas com estranhos, e não passem nunca seus dados pessoais. Sugerir que as crianças joguem na sala, ao invés do quarto a portas fechadas, sob os olhares dos adultos, também é aconselhável.

    Ainda, as ferramentas de controle parental podem ser úteis para regular os jogos acessados e o tempo nos mesmos, entre outras funções que oferecem. 

     

    Texto: Canguru News 
    Crédito de foto: Acervo Canguru News
    https://cangurunews.com.br

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