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    Saúde mental: como a escola e os pais podem agir de forma preventiva

    Saúde mental: como a escola e os pais podem agir de forma preventiva

    Neste mês em que se celebra o Dia Mundial da Saúde Mental, neste 10 de outubro, especialistas alertam para a importância da conscientização e do combate ao estigma dos transtornos mentais. Depressão, ansiedade, bipolaridade, esquizofrenia - são muitos os diagnósticos que podem acometer adultos e crianças ao longo da vida. Recentemente, casos de violência em escolas impulsionaram o debate sobre a saúde mental de adolescentes, assim como o impacto das redes sociais nestes episódios.

    Para a psiquiatra Lívia Castelo Branco, da Holiste Psiquiatria, os casos de violência extrema em escolas, como o que levou à morte uma estudante em Barreiras, oeste da Bahia, durante a invasão de um colega de classe armado, trazem à tona a importância do debate sobre saúde mental de crianças e adolescentes em idade escolar, assim como sintomas que se confundem com a fase de descoberta e transformação que marca a entrada dos jovens na vida adulta.

    “Nesses episódios de violência extrema, sempre consideramos a existência de um transtorno mental de base, como um transtorno psicótico, bipolar ou o que chamamos de transtorno de conduta, que é uma maneira disfuncional de expressar a personalidade que está sendo formada pelo indivíduo. Geralmente, estes problemas apresentam alguns sinais, como mudanças de comportamento, queda no rendimento escolar, e algumas falas que podem até ser sutis, mas às quais devemos ficar atentos”, aponta.


    Saúde mental nas escolas

    Alguns comportamentos podem indicar uma fase de sofrimento emocional ou mental mais grave da criança. Para certificar-se de que há um problema, a psiquiatra orienta professores e coordenadores a prestar atenção nas reclamações dos outros estudantes. “Queda no rendimento escolar, isolamento e mudança de comportamento, podem ser indícios. Todavia, é comum que em casos semelhantes, colegas de turma anunciem com antecedência sobre um comportamento estranho de um aluno, uma postagem ameaçadora nas redes sociais ou até mesmo que a sala se recuse a fazer trabalho em grupo com determinada pessoa”, explica Lívia.

    Nestes casos, a psiquiatra complementa que é preciso avaliar se esse aparente desconforto de muitos estudantes em relação a um colega não merece um encaminhamento mais assertivo por parte da instituição. Ela orienta, por exemplo, que a escola converse com os responsáveis pela criança e fale sobre a possibilidade de passar em consulta com um psicólogo ou psiquiatra, profissionais que poderão trabalhar para atenuar esse sofrimento emocional que, na maior parte dos casos, se resume a questões pontuais, mas que merecem ser acompanhadas para o bem-estar de todos.

    Ainda assim, a profissional destaca que é importante não reforçar estigmas e preconceitos sobre saúde mental. “No geral, os transtornos dependem de três pilares: genético, ambiental e subjetivo. Deste modo, uma tendência a determinado comportamento dependerá de questões ambientais, como a relação em casa, e ainda da personalidade de cada um. Assim, nenhuma característica é uma sentença. Por isso, mesmo que duas pessoas enfrentem as mesmas condições, isso não significa que vão reagir da mesma forma”.


    O impacto das redes sociais

    Para a psiquiatra, a internet e as redes sociais podem ser muito produtivas e importantes para o desenvolvimento dos estudantes. Contudo, é importante que os responsáveis não se esqueçam que é dever dos adultos prezar pelo conteúdo que crianças e adolescentes consomem, como os tipos de jogos que usam, os perfis que seguem e o conteúdo que compartilham. Até mesmo se têm mudanças de comportamento, como deixar de postar em plataformas em que antes era ativos, pode ser um sinal de alerta.

    “O mais importante é que haja diálogo entre as famílias. Se existe um ambiente familiar de confiança, o adolescente não vai ter medo de compartilhar o que está acontecendo na escola ou na internet com o pai ou a mãe. Assim, fica mais fácil perguntar e ouvir uma resposta sincera sobre o motivo da irritação repentina, sobre mudanças de comportamento ou queda no rendimento escolar”, comenta Lívia. Ela lembra ainda que há um limite para respeitar a privacidade dos jovens, mas é importante monitorá-los “porque, de fato, existem conteúdos que não devem ser consumidos antes dos 18 anos”, finaliza.

     

    Texto: Canguru News 
    Crédito de foto: Depositphotos | Acervo Canguru News
    https://cangurunews.com.br

     

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