Por Ana Carolina Rodrigues, SEDUC

A Escola Municipal de Educação Infantil (EMI) Santo Antônio realizou no dia (29/09) uma ação sobre o setembro amarelo. Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio, iniciada em 2015, o mês foi escolhido para a campanha porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Na ocasião, a escola convidou uma psicóloga para conversar com os pais dos alunos sobre a importância da informação sobre o tema.

A ação foi pensada através do projeto ‘Fique Bem’, implementado desde o ano passado a partir das demandas da pandemia. “Foi feita uma pesquisa com as famílias sobre as necessidades após o retorno das aulas presenciais e a questão da necessidade de psicólogos foi bastante levantada, muitos estavam precisando desta ajuda. Desde então, pensamos em como acolher as famílias para que  as crianças fiquem bem emocionalmente”, contou a diretora da escola, Priscila Rodrigues.

“Fomos elaborando várias etapas até chegar no setembro amarelo onde achamos que essa abordagem seria fundamental, e a ideia de trazer a psicóloga com essa temática. Ontem, já realizamos uma reunião com as famílias, muitos pais já falaram que estavam passando por situações difíceis em casa e trouxemos essas ações para dar voz a essas pessoas”, explicou a diretora.

A escola convidou a psicóloga Paloma Galeazzi para participar da ação com uma palestra informativa. “Eu vim para a reunião de pais, meu contato foi direto e a palestra foi preparada para eles, levantando a questão de como lidar com crianças, mas também com seus filhos mais velhos e outros parentes de variadas idades, ampliando esse assunto para todos”. 

Paloma explicou também que “este assunto ainda é um tabu, mas diferente do que as pessoas pensam, falar sobre isso é como se déssemos uma abertura para que pessoas que estejam em sofrimento emocionalmente e com ideações suicidas possam sentir um espaço de acolhimento para se abrirem e pedir ajuda. Tive contato com algumas pessoas ontem, que me procuraram para compartilhar algumas experiências, a palestra fez com que elas se sentissem confortáveis em compartilhar, perguntar, tirar dúvidas e falar sobre essa pauta e este é o intuito”.

A psicóloga explicou algumas situações que podem ser sinais importantes a serem reconhecidos, como mudanças de comportamento, “como isolamento, não participar de conversas e dentro de casa, irritabilidade excessiva, sensibilidade muito grande, choro fácil, não ver sentido na vida, perder interesse em atividades que antes se interessavam. Alguns desses comportamentos podem ser sinais de alerta que a família pode intervir criando um espaço de diálogo e escuta”.

A responsável pela organização da ação, Maria José Mônica, que é coordenadora da escola contou que a temática também foi trabalhada com as crianças. “As professoras tematizaram o setembro amarelo de forma lúdica para as crianças, com propostas para as estimularem a compreender seus sentimentos, a importância de entender quando o colega está bravo, triste e se ele pode ajudá-lo com um abraço ou dar apoio, como gerenciar os conflitos” disse.

Maria José explicou que também foi feita uma dinâmica com as crianças sobre as suas famílias. “Perguntamos como é dentro de casa, perguntamos como eles reagem quando alguém da família está triste, e ouvimos as respostas de cada um, de acordo com suas visões de mundo e os feedbacks foram muito legais. Isso tudo foi realizado não só neste mês, mas continuamente desde o ano passado com a implementação do projeto ‘Fique Bem, todo este processo aconteceu de forma lúdica”. 

"Esse trabalho não é feito só em setembro, esse trabalho está ocorrendo desde o início do projeto institucional que o foco dele é o bem estar emocional associado com bem estar físico, estamos sempre abordando a questão dos valores, das virtudes e das competências socioemocionais de um modo geral. A gente só trouxe o setembro amarelo para ir amarrando tudo isso para que junte tudo àquilo que está sendo trabalhado e as crianças consigam compreender tudo isso de uma forma bem lúdica”.

A psicóloga Paloma complementou dizendo que é muito importante e necessário a escola ter este olhar. “É muito importante, pois todo mundo precisa cuidar da saúde mental. Levantar este assunto para os pais e as crianças mostra que o que eles estão sentindo é válido e existem alternativas, existe tratamento e ajuda com a terapia e ajuda psiquiatra,” completou.